Andar com o carro na reserva faz mal? 3 motivos para evitar

Terça-feira, 03/10/2023

É muito curioso analisar o funcionamento da mente humana e as peças que às vezes nos prega, mesmo quando estamos ao volante do nosso próprio carro . Além disso, a preguiça e o descuido não combinam muito com a correta manutenção de um veículo... E se não, veja, por exemplo, os 3 grandes perigos de dirigir um carro com reserva de combustível.

Sejamos honestos: nunca é bom parar para reabastecer. Gasta-se um tempo precioso parando, esperando na fila da bomba, abastecendo, pagando...

E quando você sai de casa em cima da hora para um compromisso? Ou sai tarde e cansado do trabalho? É normal que a última coisa que você vai querer é parar e demorar um pouco mais para por fim ao dia exaustivo justamente em um posto de gasolina, ainda que hoje em dia muitos deles estejam mais atrativos, com lojas de conveniêcia.

Sim, é normal que se o carro for alugado, você tente aproveitar cada gota de combustível em relação ao que sobrou no tanque e de acordo com o que está estipulado no contrato, para não "dar" um único centavo; Ou se no dia seguinte o preço da gasolina deverá cair (não é o mais comum, mas...) ou você sabe que há bombas mais baratas mais adiante, encha um pouco o tanque.

Andar com o carro na reserva faz mal? 3 motivos para evitar | ABC Pneus | Rio de Janeiro

Há também o fato físico e verificável de que se você está sempre com o tanque cheio e quase não movimenta o carro ao longo do mês, prefere renovar primeiro o líquido que ele contém, para que não apodreça. E evite também carregar sempre aquele "excesso de peso" nas costas, pois quilômetro a quilômetro aumenta um pouco o consumo, e isso ficará perceptível no cálculo final.

No entanto, é fácil concluir que deixar o tanque de combustível no limite mínimo, nunca é uma boa ideia, é inclusive uma atitude que muita gente nomeia de "economia porca" porquê cedo ou tarde você deverá voltar ao posto e abastecer e fazer isso de pouquinho a pouquinho pode acarretar graves consequências a curto, médio e longo prazo. E quais são essas consequências?

1 - Autonomia e distância para o posto de gasolina

Claro que assim que você começa a pensar nos 3 grandes perigos de dirigir um carro com reserva de combustível, é fácil que a primeira coisa que lhe venha à cabeça seja justamente a questão da autonomia. Hoje em dia existe Internet nos celulares e apps nos próprios veículos que ajudam muito a planejar o percurso e saber a que distância está a próxima bomba.

Mas e se as informações não estiverem atualizadas? E se esse posto de gasolina não existir mais ou você chegar depois do expediente porque erroneamente esperava que fosse do tipo "24 horas"? E se apenas a mangueira do tipo de combustível que você precisa estiver "fora de serviço"? Você não deveria arriscar assim.

Sem falar que adicionar uma pequena quantidade de combustível vai te obrigar a passar muito mais vezes pelos postos de gasolina, então no final você vai gastar praticamente o mesmo dinheiro em combustível e, porém, vai investir muito mais tempo nessas operações. Os fãs de F1 - mesmo que só troquem de roda agora - sabem bem o quanto é importante planejar bem a estratégia na passagem pelos boxes!

E claro que neste primeiro ponto o maior perigo se traduz no mais temido: ficar parado sem combustível. Não parece um drama, mas além do seu veículo estar imobilizado e do inconveniente lógico de ter que chamar um guincho, às vezes a situação obriga a oficina a limpar os filtros e reprogramar a central para que o carro possa voltar ao bom funcionamento. Ou seja, só prejuízo!

2 - Multas

Como se não bastasse, o que muita gente não sabe é que se um dia você errar no cálculo e ficar parado sem uma gota de combustível no tanque, independente dos riscos de ter que imobilizar o carro em qualquer lugar (e nem sempre é o mais seguro para a sua integridade e a dos outros agentes do trânsito), poderá ter de enfrentar uma multa.

Com efeito, embora por vezes a confusão do momento faça com que as autoridades se limitem a sinalizar a zona, acalmando o trânsito e garantindo que tudo está bem até a chegada da assistência (como se fosse uma avaria mecânica qualquer), sim, podem te multar pela pane seca, já que implica em falta de antecipação e também não manter o veículo em boas condições de circulação.

Nestes casos, a penalidade para quem deixa o veículo parado na via por falta de combustível pesa no bolso do condutor. Essa é a previsão do art. 180 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), vejam:

Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de combustível: Infração - média; Penalidade - multa; Medida administrativa - remoção do veículo.

É considerada infração de trânsito por conta da obrigação legal do condutor em verificar se existe ou não combustível suficiente para chegar ao local de destino, antes de colocar o veículo em circulação (artigo 27 do CTB); ou seja, trata-se de um infortúnio que pode ser evitado, se houver o controle antecipado do condutor do veículo, diferentemente de uma pane elétrica ou mecânica; portanto, há a necessidade de que o agente de trânsito, ao autuar este tipo de infração, constate que o problema ocorrido foi, efetivamente, a falta de combustível (o que ocorre, no mais das vezes, quando o condutor é surpreendido fazendo o abastecimento emergencial).

3 - Sedimentos e avarias

Como se não bastasse os infortúnios citados acima, se o carro chega a parar por falta de combustível ou não, conduzir um carro na reserva é ruim para o motor a médio e longo prazo. Primeiro porque te obriga a forçar uma condução demasiadamente eficiente. Falamos "demasiadamente" devido ao fato de que ao circular em baixas rotações sistematicamente também traz problemas mecânicos.

Mas além disso, o último dos grandes perigos de conduzir um carro na reserva de combustível é que os diferentes componentes do combustível se sedimentam e - explicado de uma forma um tanto grosseira, mas clara - por não terem tanto líquido no tanque, eles não se dissolvem, mas se acumulam no fundo e acabam entupindo o tubo do medidor, a bomba de combustível...

...E nos casos mais graves, atingem o sistema de admissão e causam falhas gravíssimas no motor. Isso é algo "clássico" na hora de dar partida em um carro que está parado há muito tempo, mas pode ocorrer perfeitamente em um carro moderno cujo uso é frequente mas não adequado, com o agravante de danificar a injeção, válvulas, câmaras de cilindro ... Reduzir esses riscos está nas suas mãos!

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